Sempre ouvi falar da história de David e Golias. Desde há muitos anos que os mais velhos nos falavam sobre esta lenda. Há quem diga que este relato bíblico, aconteceu mesmo na realidade.
Quando alguém conseguia um feito extraordinário, num desafio entre uma pessoa de caracteristicas normais e outra ou outras com muito mais força ou melhores condições para ganhar a batalha, logo alguém dizia que mais parecia a história de David e Golias.
Como sou uma pessoa bastante interessada em obter e transmitir novos conhecimentos, decidi ir investigar e saber mais sobre estes dois homens que há tanto tempo, nos servem de exemplo.
David e Golias, teriam vivido à cerca de 3 000 anos, na chamada terra prometida, onde hoje se situam os estados de Israel e Palestina. Golias pertencia a uma família de gigantes e tal como seu irmão Lami, era um homem muito forte, contam que tinha de altura 2,90 m.
Naquele tempo, tal como hoje, aqueles lugares eram palco de teatro de guerras constantes entre os povos da região. Golias, aquele homem gigante, representava o exército dos filisteus.
Os filisteus desafiaram os israelitas e decidiram enviar mensajeiros informando que, se no prazo de quarenta dias, Israel não apresentasse um guerreiro para lutar contra Golias ou, apresentando-se para uma luta individual e fosse vencido, o exército filisteu exerceria a soberania sobre o exército de Israel.
Com Golias como adversário, qualquer lutador sairia, por certo vencido. Ainda assim, o exército israelita indicou um para fazer frente áquele gigante. David, um rapaz ainda muito jovem, de fraca estatura física, foi o escolhido.
David era uma pessoa de grande personalidade e de muita confiança. Ferido de orgulho, ficou indignado com o desafio dos filisteus e ele mesmo se ofereceu a Saul, o rei que naquele tempo governava Israel.
Apenas com uma funda, espécie de uma fisga em tamanho grande e sem qualquer protecção, pois a armadura de guerreiro não lhe servia, tal era a sua fraca estatura.
Porém, David era um jovem corajoso e determinado e com a sua confiança ousou enfrentar Golias. O gigante, troçando do seu adversário, pergunta-lhe se por acaso era um cão, para que viesse a ele com cordas, referindo-se à funda que David usava.
David respondeu: “Tu vens a mim com espada, com lança e com dardo, mas eu chego a ti com o nome de Deus de quem escarnecestes”.
As armas de David davam-lhe a confiança da vitória e atirando-lhe uma pedra com a sua funda, penetrou-lhe na testa, fazendo-o cair por terra. Com a própria espada de Golias, David entregou-lhe a morte, cortando-lhe a cabeça.
Quando viram seu campeão morto, os filisteus fugiram, mas foram perseguidos e dizimados até à sua cidade.
Esta história surpreendeu-me pela sua actualidade, tendo em conta as suas semelhanças entre o exército filisteu aqui representado por Golias e alguns senhores de hoje que, pensando ser o Golias, estão na linha da frente do “exército” dos “novos filisteus”, usam e abusam da sua força, pisando e repisando os mais fracos.
Para estes Golias modernos, não lhes interessa saber se vivemos em democracia e como tal, deveríamos respeitar os outros para sermos respeitados e não pensarem de nós, como se fôssemos filisteus. Não lhes interessa saber se fazemos parte de uma comunidade tipicamente religiosa onde deveria vigorar os princípios da solidariedade e como tal, deveriamos sentir responsabilidade pelas consequências dos nossos actos. Como será que fica a situação dos outros quando agimos e apenas olhamos para o nosso umbigo, estando nas tintas para quem possa ficar de rastos, quem quiser e puder que se levante.
Nada disso interessa aos “novos filisteus”, eles pensam que terão sempre um Golias à frente do seu exército, ignorando que possa existir por aí um David e então, venham a passar de opressores a oprimidos e sentir na pele o que é estar do lado oposto da barricada.
Carlos Brito
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