sábado, 11 de dezembro de 2010

Onde param as pessoas ?!


Um dia destes precisei de ir a uma cidade vizinha tratar de assuntos no âmbito da minha actividade profissional. Normalmente aproveito para ir pela estrada nacional e vir de regresso pela auto estrada.

Quando trabalho, tento sempre que ao fazer a viagem necessária ao meu percurso, observe tudo o que se vai passando pelo caminho percorrido.

Nesse dia, assim o fiz também. Qual não foi o meu espanto quanto me preparava para pagar o respectivo valor da portagem ao portageiro de serviço, procurando o funcionário da portagem para fazer o pagamento e ele não estava. Não estava ele, nem o espaço onde normalmente se encontrava. Não compreendendo bem o que se estava a passar, estava ali metido num "molho de bróculos". Agora como havia de fazer para pagar a portagem se não havia ninguém para fazer a cobrança da taxa.

Foi então que me lembrei de encostar na zona de estacionamento e ir investigar como sairia dali. Sabia que teria de pagar a portagem e passar a barreira que estava fechada. Não encontrando solução desloquei-me para perto do local onde costumava estar o portageiro a cobrar as portagens. Já a ficar aborrecido com a situação que  estava a acontecer, pois não via por ali vivalma para perguntar como resolveria aquele problema. Antes sempre havia por ali gente, funcionários da empresa cobradora das taxas da portagem e agora nada.

Nem sequer outro veiculo chegava por ali, para juntos acharmos solução para resolvermos o problema. Olhando mais em pormenor para o local habitual da cobrança, meu Deus, o que eu estava a ver !!!  No lugar do portageiro estava lá uma máquina do tipo daquelas que estão nos parques de estacionamento subterrâneos no qual colocamos uma moeda e fazemos nós o pagamento.

Foco aqui este assunto para alertar do facto de se estarem a substituir as pessoas e no seu lugar colocarem máquinas. Começou nas bombas de combustiveis, onde o cliente é que faz o serviço que pertence aos gasolineiros.

Acontece nos cafés e bares e outros locais de abastecimento automático de bens.

Está a acontecer em bancos, nas lojas de média dimensão e nas grandes superficies e em tantos outros lugares onde hoje não está ninguém nos lugares de atendimento.

O que estão a fazer às pessoas que são substituidas por máquinas? Que atendimento têm os clientes que no lugar das pessoas encontram máquinas? Que qualidade de serviço estamos a prestar ao público que paga e mantém estes serviços prestados?

Tudo isto está a ser cuidadosamente ensaiado por quem tem interesse que assim seja. Tudo começa por ver se pega e depois pega moda e tudo vai atrás desses interesses. Quem paga e não tem a devida qualidade de serviço, também tem a sua parte de responsabilidade na adopção desta substituição de máquinas por pessoas.

Quem paga o serviço é o cliente e como se sabe o cliente tem sempre razão, quando tem razão, acrescento eu. Nestes casos tem toda a razão e assim tem também voz activa para não utilizar o serviço e se tal fosse feito as coisas seriam diferentes.

Não é que tenha alguma coisa contra as máquinas, elas servem para ajudar as pessoas e não para as substituir. Com tantas máquinas em serviço, continuamos cada vez a ter menos tempo e a andarmos constantemente em correrias sem parar.

Sempre que posso, tento trocar as voltas a quem usa a estratégia das máquinas. Um dia pedi um galão claro e o servente de mesa pediu para o balcão através da máquina. Para sorte minha e azar do empregado ele serviu-me um galão mais escuro ainda que o normal. Claro que teve de voltar atrás e ser trocado por aquele que eu pedi. Perda de tempo, essa máquina, disse eu ao empregado. Ele voltou para outra mesa e nada respondeu, talvez não tivesse a resposta acertada.

A missão da máquina é ajudar o Homem e não substituí-lo, de modo a que tenhamos uma melhor qualidade vida no trabalho e no atendimento pessoal


Carlos Brito

Sem comentários:

Enviar um comentário