sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Presa e o Predador


Nas cenas  da vida selvagem, temos oportunidade de observar com  o esforço, a inteligência e a perícia que as gazelas usam para sobreviver aos leões que atraz delas correm a alta velocidade, com o objectivo de as conseguir pegar e assim obterem o alimento para eles poderem sobreviver.

Na verdade, deve ser uma vivência de dificil coabitação, todos os dias as gazelas serem obrigadas a fugir dos leões, para não lhes servir de alimento e os leões serem obrigados a correr atrás das gazelas sob pena de não obterem o alimento necessário para a sua sobrevivência.

Estes episódios da vida animal, lembra-nos que para existir o predador, tem de existir a presa. A presa, o animal que serve de alimento ao seu predador, foi obrigado, a partir da evolução das espécies, a munir-se com defesas para que tenha mais probabilidades de sobrevivência. O predador foi também melhorando ao longo dos tempos a sua perícia com o objectivo de caçar as suas presas que entretanto foram adqirindo melhores defesas. A sobrevivência das espécies depende da capacidade de cada ser vivo sentir-se mais na pele de predador e menos na situação de presa.

Ao longo dos tempos, a lei da natureza, através da evolução e adaptação das espécies, permitiu que houvesse um equilíbrio entre a existência de predadores e presas.

O ser humano tal qual o conhecemos actualmente deixou de ser predador, no verdadeiro sentido da palavra, que nos diz que predador é aquele que mata e come outros animais para sua sobrevivência.

Os cientistas que estudam estas matérias, não sabem bem responder qual o motivo do Homem continuar a comer sem que o centro de saciedade, no cérebro, lhe dê ordem para parar. Já fisicamente satisfeitos, poderemos continuar a comer sem termos necessidade de alimento, mas com um determinado sentido de fome que nos aguça o apetite.

Segundo estudos efectuados, este facto de termos o sentido apurado da fome que nos leva a comer, mesmo sem haver necessidade física para o fazer, deve-se aos tempos remotos em que havia falta de alimentos. Quando faziam as caçadas, pois houve tempo em que o Homem também tinha de caçar como seu único meio de sobrevivência, os nossos antepassados comiam a maior quantidade possivel de alimentos que os seus estômagos podiam conter. Assim, deste modo, o corpo aguentava-se mais tempo sem comer, pois tinha mais reservas de energia. Esta é a razão pela qual ainda hoje as pessoas têm “mais olhos que barriga” e podem comer até rebentar.

Como o sensor da saciedade não funciona e não “dispara” quando o organismo está satisfeito, as pessoas comem mais do que o necessário e esta é também a razão de existir tanta quantidade de obesos.

Face ao exposto, resta-nos a cada um de nós saber qual a quantidade de alimentos necessária para a nossa real satisfação, tendo em conta a variedade de oferta que diariamente nos convencem a consumir.



Carlos Brito

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