sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Estar ou participar ?!


Um dia destes alguém de uma organização de âmbito social distribuia uns panfletos e um deles veio ter à minha mão. Nos panfletos distribuídos, estava escrito um texto que me chamou à atenção: “Se algum dia conseguíssemos perceber até que ponto somos úteis aos outros, compreendíamos, que mais importante que estar, é participar”.

A questão importante, é pensarmos e descobrirmos qual o motivo de as pessoas normalmente estarem e raramente participarem. Será que as pessoas não estão vocacionadas ou não gostam de participar ? Se nos interrogarmos sobre as questões, encontramos as respostas.

Durante muitos anos, fiz parte de uma Associação recreativa. Era muito dificil fazer com que as pessoas participassem nas actividades da Associação. Nesses anos de movimento associativo, pude verificar e descobrir qual o motivo das pessoas não participarem.

Para aderência a um determinado projecto o mentor da ideia tem de a comunicar a um número reduzido de pessoas, o chamado núcleo duro. Este grupo dá corpo à ideia e encontra a forma técnica de a realizar.

Em seguida, aquela que era apenas uma ideia, ao a declararmos pública, fica a fazer parte de um projecto. Agora, quem vai participar na realização do projecto? Aqueles que conseguem encontrar nele o seu objectivo e têm a possibilidade de participarem e os “outros”. Ora, é aqui que está a resposta à questão das pessoas não participarem. Quem não participa, são os acima mencionados de “outros”. E quem são os “outros” ?
  1. São os que não têm conhecimento do projecto e, assim, dele não podem participar. Parece até que existe interesse em manter restrito o número de pessoas participantes. Quando lá tentamos entrar, muitas vezes, encontramos a entrada ermeticamente fechada.
  2. São os que não são convidados a participar, embora se diga “que mais importante que estar, é participar”.
Quantas pessoas não gostariam de participar em actividades de associações, comunidades ou grupos e não são convidados. Lembro aqui os festeiros, ou juízes de festas de algumas localidades, que todos os anos são convidados para o cargo e por toda a localidade, cada um espera e tem orgulho em ser convidado para ser festeiro ou juíz da festa.

Quem não gosta de pertencer a esta ou àquela associação, grupo, comunidade, ou actividade! Quem não gosta de ser reconhecido pelas capacidades que tem! Todos nós gostamos, apenas precisamos de ser convidados e nos dêem oportunidade.

Quero pedir aos responsáveis por associações, comunidades, grupos e outras actividades, que experimentem convidar pessoalmente as pessoas a participar, em vez de fazer editais, publicar anúncios ou espalhar panfletos. Depois verifiquem os resultados...

Carlos Brito


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