sábado, 11 de dezembro de 2010

A Violência !


Os casos de violência contra os bens e pessoas que abalam o mundo, devem-nos fazer relectir sobre o que está a acontecer em matérias de direitos e obrigações sociais.

Quais os motivos que levam algumas pessoas, mesmo sabendo que perderão as próprias vidas, a cometer actos de tão elevada violência contra determinados interesses em qualquer parte do mundo ?
Estes actos de violência são cada vez mais frequentes e segundo os “senhores entendidos”, se nada for feito para os travar, vamos assistir cada vez mais, a situações muitos graves no que toca à segurança de pessoas e bens.

Mas então o que estará na origem destes actos, com que objectivos são cometidos, quem os comete e em que situação estão os intervenientes destas acções extremas ?

O que pode ser feito e o que já se fez para evitar este tipo de violência ?

Não chega ficarmos serenamente à espera que aconteçam novos actos, é preciso agir e agir é começarmos por algum lado e terá de ser sempre pelo início e o início não se faz com meios nem com fins, mas sim com acção, utilizando os meios para atingir os fins da acção a que nos propomos.

Acção é agir, mas agindo, fazer o quê? As pessoas que vivem os seus dias a trabalhar, preocupadas com seu bem estar, talvez nunca tenham pensado nestas questões. Nestes tempos modernos, a vida obriga-nos a ser pessoas, muitas vezes, totalmente diferentes daquelas que na realidade somos e, por necessidade de sobrevivência, apenas olhamos para nós e para aqueles que muito de perto nos pertencem. Todos as outras pessoas, são apenas os outros e os outros têm de se safar de qualquer forma, pois a vida dos outros a eles diz respeito e se apenas nos preocupamos com a nossa sobrevivência, não nos podemos peocupar com as carênciass das outras pessoas.

As pessoas que cometem actos de violência também são gente, também são cidadãos desta sociedade da qual todos nós fazemos parte. Não defendendo de forma alguma a violência, pois sou um pacificador por natureza, sei compreender os sentimentos de revolta que levam algumas pessoas a idealizar e colocar em prática actos contrários aos interesses da maioria dessa sociedade em que vivemos.
Quem não teve já sentimentos de revolta, os quais nos fazem vir à ideia a vontade de cometer actos de violência ? E porquê não os cometemos ?

Será porque não chegámos a uma situação de extremo desespero ou será porque, ainda assim, conseguimos sobreviver com padrões minimos de existência ?!

A solução para fazer parar os actos de violência e sentirmos a segurança a que temos direito, passará por aniquilar pela força das armas aqueles que vivem à margem da sociedade ?

Não estaremos, assim, a utilizar o mesmo método deles, quando apenas utilizamos a força para fazer valer os nossos direitos ? Será que a sociedade não estará a esquecer os outros métodos de prevenção deste actos, através de um acompanhamento inicial às pessoas marginalizadas e às suas famílias ?
O que se tem feito, pois alguma coisa se estará a fazer, já que existem organismos estatais responsáveis por este acompanhamento aos chamados marginalizados ? E está a ser efectuado de forma correcta ?
Já propuseram aos revoltados da sociedade, áqueles que têm probabilidades de virem a ser protagonistas de actos de violência, projectos de integração, feitos à sua medida, de modo a que sintam que também são gente e que podem contribuir para o equilibrio e desenvolvimento das suas vidas em sociedade ?
Não estaremos a ser vítimas de uma violência não violenta, por parte da sociedade em que vivemos ?

Compete à sociedade reflectir sobre tudo isto e mais importante ainda, agir, sob pena de transformarmos o mundo que é rico, belo e farto, num “inferno” onde não haverá espaço para a tolerância, para existência das famílias, para a distribuição justa e solidária dos bens postos à disposição das pessoas e ainda para a continuação da espécie humana, tal qual a conhecemos...

Carlos Brito

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