A vida é um labirinto, esta é uma expressão popular que nos leva a pensar quais os motivos de tantas vezes sentirmos que na verdade passamos diversas fases da nossa vida, como se nos encontrássemos num labirinto.
Muitas pessoas acreditam que nascemos com um caminho traçado, a que chamam destino. Seja qual for o destino de cada um de nós, o mais certo é que o nosso caminho deva ser aberto, sem precipícios e que possamos chegar a bom porto a partir das nossas capacidades.
O que normalmente acontece é que o caminho da vida que temos de percorrer, quase sempre não é aquele que desejamos passar e sem sabermos bem como, lá entramos no inevitável labirinto.
Segundo os técnicos literários, “um labirinto é constituído por um conjunto de percursos intrincados criados com a intenção de desorientar quem os percorre”. Aqui temos a resposta à verdadeira explicação do motivo de entrarmos no labirinto da vida.
Os percursos de uma vida normal, são calmos e serenos e deveríamos segui-los por caminhos direitos, tendo sempre em vista os nossos planos e objectivos. Como percorremos esses caminhos segundo as nossas orientações, não nos apercebemos em certas “ciladas”, das quais advêm as inesperadas, mas bem preparadas emboscadas. Alguém, nunca se sabendo bem quem, nem porquê, cria com a intenção de nos desorientar, percursos intrincados e com as suas emboscadas, levam-nos a entrar em labirintos que dificilmente conseguimos sair.
Parece que a sociedade em que vivemos criou ela própria um sistema que nos leva a entrar em caminhos diferentes dos desejados. Quando damos por isso, por vezes já é tarde e o tal sistema já nos emboscou e encaminhou-nos para um labirinto, cujo percurso não conhecemos, nem para ele estamos preparados.
Depois de muito tempo a percorrer caminhos que não são os nossos, mas satisfazendo um sistema que não criámos, mas que sustentamos, lá longe, muito longe, parece que avistamos uma luz ao fundo do túnel, mas ao chegarmos por perto, afinal era o início de uma outra parte do labirinto da vida.
Devemos seguir o nosso percurso, com os olhos bem abertos, em cada cruzamento ver bem qual o melhor caminho. Ao primeiro precipício que possamos encontrar, devemos pedir ajuda e seguir em boa companhia. Não devemos fazer a caminhada sozinhos. Devemos conversar com quem nos é muito próximo e de confiança. Em cada casa que encontrarmos devemos ter cuidado com quem lá mora, não seja alguém para nos desorientar no nosso caminho. Em cada passo, devemos ver bem onde colocamos os pés. Em cada pessoa que encontramos pelo caminho, não devemos levar em conta somente o seu aspecto. Não tenhamos medo apenas daqueles que aparentam ser mendigos, os que usam gravata e colarinho engomado apenas nos mostram que souberam escolher o melhor caminho. Nunca sabemos como é que cada um deles chegou à situação, na qual os encontramos.
Se tivermos de entrar no labirinto, teremos de ter força e persistência para de lá sair e seguirmos o nosso rumo, pois todos pensarão que aquele é que é o nosso percurso escolhido. Ninguém nos ajudará porque orgulhosamente não pedimos ajuda e só mais tarde nos arrependemos do tempo perdido, durante o qual andámos a servir aqueles que, não se sabendo bem quem sejam, nos tentam desorientar no percurso que temos de percorrer: a vida.
Carlos Brito
Sem comentários:
Enviar um comentário